sábado, 25 de junho de 2011
Vevecos, Canelas e Panelas
(Milton Nascimento e Fernando Brant) - com Beto Guedes
Eu não tenho compromisso, eu sou biscateiro
Que leva a vida como um rio desce para o mar
Fluindo naturalmente como deve ser
Não tenho hora de partir, nem hora de chegar
Hoje tô de bem com a vida, tô no meu caminho
Respiro com mais energia o ar do meu país
Eu invento coisas e não paro de sonhar
Sonhar já é alguma coisa mais que não sonhar
Para que não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece, eu sou assim mesmo
De um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor
Queria fazer agora uma canção alegre
Brincando com palavras simples, boas de cantar
Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar
Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher
Para que não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece, eu sou assim mesmo
De um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor
Coração Selvagem
(Belchior) - com Belchicor
Meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja no seu copo no seu colo e nesse bar
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo tenho pressa de viver
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo
Meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver
Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"
Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo , vem morrer comigo
Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completara o meu destino.
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo
Vem morrer comigo, meu bem, meu bem, meu bem
Que outros cantores chamam baby (4 x)
Saci
(Guinga e Aldir Blanc) - com Guinga
Quem vem vindo ali
É um preto retinto e anda nu
Boné cobrindo o pixaim
E pitando um cachimbo de bambu
Vem me acudir
Acho que ouvi seu assovio
Fiquei até com cabelo em pé
Me deu arrepio, frio
Quem vem vindo ali
Tá capengando numa perna só
Só pode ser coisa ruim
Como bem dizia minha vó
Diz que ele vem
Montado num roda-moinho
Já sei quem é, já vi seu boné
Surgir no caminho
Quando ele vê que eu´me benzi
E que eu me arredo, cruz credo
Solta uma gargalhada
Some na estrada
É o Saci
Coisas do Brasil
(Guilherme Arantes/ Nelson Motta) - com Guilherme Arantes
Foi tão bom te conhecer, tão fácil te querer
Triste não te ver por tanto tempo
É bom te encontrar, quem sabe feliz
Com a mesma alegria
De no ... vo
Mais uma vez, amor
Te abraçar, de verdade
Há sempre um novo amor
E uma no ... va saudade
Coisas do Brasil, coisas do amor
Luzes da cidade acendendo o fogo das paixões
Num bar à beira-mar
No verde-azul do Rio
De Janei ... ro
Mais uma vez, amor
Te abraçar, de verdade
Há sempre um novo amor
E uma no ... va saudade
Coisas do Brasil, coisas do amor
Luzes da cidade acendendo
O fogo das paixões
Num bar à beira-mar
No verde-azul do Rio
De Janei ... ro
Coisas do Brasil, coisas do amor
Luzes da cidade acendendo o fogo das paixões
Num bar à beira-mar
No verde-azul do Rio
Não Me Arrependo
(Caetano Veloso) - com Caetano Veloso
Eu não me arrependo de você
Cê não me devia maldizer assim
Vi você crescer
Fiz você crescer
Vi cê me fazer crescer também
Prá além de mim...
Não, nada irá neste mundo
Apagar o desenho que temos aqui
Nem o maior dos seus erros
Meus erros, remorsos
O farão sumir..
Vejo essas novas pessoas
Que nós engendramos em nós
E de nós
Nada, nem que a gente morra
Desmente o que agora
Chega à minha voz
Nada, nem que a gente morra
Desmente o que agora
Chega à minha voz...
Êh! Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!
Êh! Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!
Êh! Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!
Êh! Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Mano a Mano
(Chico Buarque e João Bosco) - com Chico Buarque
Meu pára-choque com seu pára-choque
Era um toque
Era um pó que era um só
Eu e meu irmão
Era porreta
Carreta parelha a carreta
Dançando na reta
Meu irmão
Na beira de estrada valeu
O que era dele era meu
Eu era ele
Ele era eu
Ela era estrela
Era flor do sertão
Era pérola d'oeste
Era consolação
Era amor na boléia
Eram cem caminhões
Mas ela era nova
Viçosa, matriz
Era diamantina
Era imperatriz
Era só uma menina
De três corações
E então
Atravessando a garganta
Jamanta fechando jamanta
Na curva crucial
Era uma barra, era engano
Na certa, era cano
Na mão, mano a mano
Pau a pau
Na beira de estrada se deu
Se o que era dele era meu
Ou era ele ou era eu
Ela era estrela
Era flor do sertão
Era pérola d'oeste
Era consolação
Era amor na boléia
Eram cem caminhões
Mas ela era nova
Viçosa, matriz
Era diamantina
Era imperatriz
Era só uma menina
De três corações
E então
Então lavei as mãos
Do sangue do
Meu sangue do
Meu sangue irmão
Chão
Atlântida
(Ivan Lins e Celso Viáfora) - com Celso Viáfora
Na praia da tua pele
na orla do teu domingo
eu brinco de navegar
e você flutua comigo
Que mares serão aqueles?
Mergulho e me desmilingüo
Marolas dentro de ti
são as ondas do Havaí
Dentro de ti
ao me afogar
eu descobri
Atlântida
Perto de ti
não vou dormir
pra não sonhar
com outra vida
Na ilha dos teus amores
aonde nasce o arco-íris
jamais anoitecerá
Tudo somos nós e o mar
Geraldinos e Arquibaldos
(Gonzaguinha) com Chicas
Mamãe não quer . . . não faça
Papai diz não . . . não fale
Vovó ralhou . . . se cale
Vovô gritou . . . não ande
Placas de rua . . . não corra
Placas no verde . . . não pise
No luminoso : . . não fume
Olha o hospital . . . silêncio
Sinal vermelho . . não siga
Setas de mão . . . não vire
Vá sempre em frente nem pense
É Contramão
Olha cama de gato
Olha a garra dele
É cama de gato
Melhor se cuidar
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar
É cama de gato
Olha a garra dele
É cama de gato
Melhor se cuidar
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar
Acalma a bola, rola a bola, trata a bola
Limpa a bola que é preciso faturar
E esse jogo tá um osso
É um angu que tem caroço
É preciso desembolar
E se por baixo não tá dando
É melhor tentar por cima
Oi com a cabeça dá
Você me diz que esse goleiro
é titular da seleção
Só vou saber mas é quando eu chutar
Pode escrever no quadro ô sinhá,
Deixa todo mundo ler
O bicho ruim quando não tem do que dar cabo
Primeiro morde o rabo e logo após
vai se comer, deixa comer!
Pode escrever no quadro ô sinhá,
Deixa todo mundo ler
O bicho ruim quando não tem do que dar cabo
Primeiro morde o rabo e logo após
vai se comer, deixa comer!
Matilda, Matilda
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar!
Matilda, Matilda
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar!
Incompatibilidade de Gênios
(João Bosco/Aldir Blanc) - com Chico Buarque
Dotô,
jogava o Flamengo, eu queria escutar.
Chegou,
Mudou de estação, começou a cantar.
Tem mais,
Um cisco no olho, ela em vez de assoprar,
Sem dó falou,
sem dó falou ,que por ela eu podia cegar.
Se eu dou,
Um pulo, um pulinho, um instantinho no bar,
Bastou,
Durante dez noites me faz jejuar
Levou,
As minhas cuecas pro bruxo rezar.
Coou,
Meu café na calça prá me segurar
Se eu tô
Devendo dinheiro e vem um me cobrar
Dotô,
A peste abre a porta e ainda manda sentar
Depois,
Se eu mudo de emprego que é prá melhorar
Vê só,
Convida a mãe dela prá ir morar lá
Dotô,
Se eu peço feijão ela deixa salgar
Calor,
Mas veste o casaco veste casaco prá me atazanar
E ontem,
Sonhando comigo mandou eu jogar
No burro,
E deu na cabeça a centena e o milhar
Ai, quero me separar
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Máquina de Escrever
(Luís Capucho / Mathilda Kóvak) - com Patrícia Amaral
Meu coração é uma máquina de escrever
As paixões passam
As canções ficam
Os poemas respiram nas prisões
Pra ler um verso ouvir
Escuta meu coração falar
Até se calar a pulsação
Meu coração é uma máquina de escrever
No papel da solidão
Meu coração é
Da era de Gutemberg
Meu coração se ergue
Meu coração é
Uma impressão
Meu coração já era
Quando ainda não era a palavra emoção
Mas há palavras em meu coração
Letras e sons
Brinquedos e diversões
Que passem as paixões
Que fiquem as canções
Nos poemas nos batimentos
Das teclas da máquina de escrever
Meu coração é uma máquina de escrever ilusões
Meu coração é uma máquina de escrever
É só você bater pra entrar na minha história
Avenida São João
(Jean Garfunkel e Paulo Garfunkel) - com Jean Garfunkel e Paulo Garfunkel
Da janela do último andar
A cidade se suicida
É difícil nãos e jogar
É tão fácil acabar com a vida
Fim de tarde Avenida São João
Na cidade a natureza é meio morta
A saudade é o luar do sertão
É o catulo da paixão cantando moda
Noites morenas moça da roça
Verdes veredas Guimarães Rosa
Vento deu lá no buriti
Urubu arribou no ar
Meu amor se esqueceu
Que me prometeu
Que a gente ía se casar
E não tá fácil de ser feliz
Mas meu lado simples de ser
Diz que a gente é que é besta
E não pega a deixa
E não deixa acontecer
Fim de tarde Avenida São João
Na cidade a natureza é meio morta
A saudade é o luar do sertão
É o catulo da paixão cantando moda
Noites morenas moça da roça
Verdes veredas Guimarães Rosa
Se o assunto é viver "seu moço"
Viver sim é que é perigoso
É que o gozo tem preço
O certo é o avesso
E o medo não larga o osso
E não tá fácil de ser feliz
Mas meu lado simples de ser
Diz que a gente é que é besta
E não pega a deixa
E não deixa acontecer
Fim de tarde Avenida São João
Na cidade a natureza é meio morta
A saudade é o luar do sertão
É o catulo da paixão cantando moda
Noites morenas moça da roça
Verdes veredas Guimarães Rosa
Os Presentes
(Kléber Albuquerque) - com Eliana Printes
Que presentes te daria
Uma estrela vã do firmamento
Pra iluminar o vão do pensamento
Pra iluminar o vão do pensamento
Um TV na garantia
Árvores plantadas no cimento
E o meu perfume na rosa dos ventos
E o meu perfume na rosa dos ventos
E o meu perfume na rosa dos ventos
Um novo ritmo
Cartas de amor com frente e verso
E meu percurso nesse universo
E meu percurso nesse universo
E meu percurso nesse universo
Nas horas sem fim
Em que a dor não tem mais cabimento
É no teu prumo que eu me oriento
É no teu prumo que eu me oriento
É no teu prumo que eu me oriento
Catedrais de alvenaria
Senhas pra não mais perder a vez
Casa, comida e um milhão por mês
Casa, comida e um milhão por mês
Casa, comida e um milhão por mês
Sete Luas
(Kléber Albuquerque) - com Kléber Albuquerque
Paredes lisas
Memórias ásperas
Eu tenho olhos ácidos
De tanto ver néon
Eu tenho olhos lúcidos
Eu tenho cara pálida
Eu tenho cara flácida
E tremores nas mãos
Eu tenho a idade escassa
Eu tenho noção de espaço
Eu tenho a saliva espessa
E trago a garganta seca
Sono profundo
Esperança rasa
De esperança rasa
Eu tenho razão
Três
(Marina Lima/Antônio Cícero) - com Marina Lima
Um
Foi grande o meu amor
Não sei o que me deu
Quem inventou fui eu
Fiz de você meu sol
Da noite primordial
E o mundo fora nós
Se resumia a tédio e pó
Quando em você
Tudo se complicou
Dois
Se você quer amar
Não basta um só amor
Não sei como explicar
Um só sempre é demais
Pra seres como nós
Sujeitos a jogar
As fichas todas de uma vez
Sem temer naufragar
Não há lugar pra lamúrias
Essas não caem bem
Não há lugar pra calúnias
Mas por que não nos reinventar?
Três
Eu quero tudo que há
O mundo e seu amor
Não quero ter que optar
Quero poder partir
Quero poder ficar
Poder fantasiar
Sem nexo e em qualquer lugar
Com seu sexo junto ao mar
quarta-feira, 22 de junho de 2011
O Espelho
(Nonato Luis / Fausto Nilo) - com Fausto Nilo
Quero entrar no teu espelho misterioso
Eu quero ver essa luz
A gente olha
A gente sente
E até presente
Mas de repente tudo fica na memória
Quero dormir na imaginária cor
Do teu cabelo misterioso
Teu rosto é sério demais
Nos olhos negros
Onde brilha um tempo bom
Iluminando as lágrimas borradas
Em teu baton
Terral
(Hermenegildo Filho) com Ednardo, Amelinha e Belchior
Eu venho das dunas brancas
Onde eu queria ficar
Deitando os olhos cansados
Por onde a vida alcançar
Meu céu é pleno de paz
Sem chaminés ou fumaça
No peito enganos mil
Na Terra é pleno abril
Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
Eu sou da América, sul da América, South America
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
São os olhos do mar, são os olhos do mar
O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
Luzindo na madrugada, braços, corpos suados, na praia fazendo amor.
sábado, 11 de junho de 2011
A Mulher de Cada Porto
(Edu Lobo/Chico Buarque) com Edu Lobo
ELE
Quem me dera ficar meu amor, de uma vez
Mas escuta o que dizem as ondas do mar
Se eu me deixo amarrar por um mês
Na amada de um porto
Noutro porto outra amada é capaz
De outro amor amarrar, ah
Minha vida, querida, não é nenhum mar de rosas
Chora não, vou voltar
ELA
Quem me dera amarrar meu amor quase um mês
Mas escuta o que dizem as pedras do cais
Se eu deixasse juntar de uma vez meus amores num porto
Transbordava a baía com todas as forças navais
Minha vida, querido, não é nenhum mar de rosas
Volta não, segue em paz
OS DOIS
Minha vida querido (querida) não é nenhum mar de rosas
ELE
Chora não
ELA
Segue em paz
Chansong
(Antônio Carlos Jobim) com Tom Jobim
When I arrived in New York
The immigration officer asked me
Where have you been Mr. Bim
Where have you been, Joe
You've been abroad for too long Mr. Bim
Haven't you been?
I got to the Hotel exhausted to my room
Having to attend a cocktail
Late that afternoon
And there my boss Nesuhi
An old friend of Jobim's said:
May introduce you to Gloria?
By all means
Buy all jeans
I've never been in Paris for the summer
I've never drank a Scotch with this bouquet
My life is such a mess let's have a Brahma
I'm happy that you called,
I really feel touché
Oh, it's been a long, a very long time
Since a Brazilian has been in Paris com você
You look so cute there wearing my pajamas
You look so sexy with my pince-nez
Let's hijack this Concord to the Bahamas
Come on dress up my love
Let's go to the ballet
Oh, it's been a long, a very long time
Since a Brazilian has danced with you
Le pas-de-deux
Paulista
(Eduardo Gudin e J. C. Costa Netto) - com Fátima Guedes e Eduardo Gudin
Na Paulista
Os faróis já vão abrir
E um milhão de estrelas
Prontas pra invadir
Os jardins
Onde a gente aqueceu
Numa paixão
Manhãs frias de abril
Se a avenida
Exilou seus casarões
Quem reconstruiria
Nossas ilusões?
Me lembrei
De contar pra você
Nessa canção
Que o amor conseguiu
Você sabe quantas noites
Eu te procurei
Nessas ruas onde andei?
Conta onde passeia hoje
Esse seu olhar
Quantas fronteiras
Ele já cruzou
No mundo inteiro
De uma só cida de
Se os seus sonhos
Emigraram sem deixar
Nem pedra sobre pedra
Pra poder lembrar
Dou razão
É difícil hospedar
No coração
Sentimentos assim
Lugar Seguro
(Juraildes da Cruz) com Juraildes da Cruz
Eu guardo um segredo lindo
Um sonho estrelado
Fico da cor do sol nascendo emocionado
Vou sim flutuar
Comentar uma canção feliz
Não dá pra explicar
Só o sentimento diz
No amor esse mar sem fim
Sou marinheiro a se devotar
Que não volta fica no mar
Igual você morando em mim
Vem comigo descobrir
Um lugar seguro
O amor é a nave do futuro
Chave do coração do mundo
No Rastro da Lua Cheia
(Renato Teixeira e Almir Sater) com Almir Sater
No quintal lá de casa
Passava um pequeno rio
Que descia lá da serra
Ligeiro escorregadio
A agua era cristalina
Que dava pra ver o chão
Ia cortando a floresta
Na direção do sertão
Lembrança ainda me resta
Guardada no coração...
E tudo era azul celeste
Brasileiro cor de anil
Nem bem começava o ano
Já era final de Abril
O vento pastoreando
Aquelas nuvens no céu...
Fazia o mundo girar
Veloz como um carrossel
E levantava a poeira
E me arrancava o chapéu
Ah o tempo faz, tempo desfaz
E vai além sempre...
A vida vem lá de longe
É como se fosse um rio
Pra rio pequeno canoa
Pros grandes rios navios
E bem lá no fim de tudo
Começo de outro lugar
Será como Deus quiser
Como o destino mandar
No rastro da lua cheia
Se chega em qualquer lugar!
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Todas Elas Juntas Num Só Ser
(Lenine / Carlos Rennó) - com Lenine
Não canto mais Babete nem Domingas,
nem Xica nem Tereza,de Ben Jor;
nem Drão nem Flora,do baiano Gil,
nem Ana nem Luiza,do maior;
já não homenageio Januária,
Joana,Ana,Bárbara de Chico;
nem Yoko,a nipônica de Lennon,
nem a cabocla de Tinoco e de Tonico.
Nem a tigresa nem a Vera Gata
nem a branquinha de Caetano;
nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,
Rosinha,do sertão pernambucano;
Nem Risoflora,a flor de Chico Science,
nenhuma continua nos meus planos;
nem Kátia Flávia,de Fausto Fawcett;
nem Anna Júlia do Los Hermanos.
Só você,
hoje eu canto só você;
só você
que eu quero porque quero,por querer.
Não canto de Melô Pérola Negra,
de Brown e Herbert,nem uma brasileira;
De Ari,nem a baiana nem Maria,
nem a Iaiá também,nem minha faceira;
de Dorival,nem Dora nem Marina
nem a morena de Itapoã;
divina garota de Ipanema,
nem Iracema,de Adoniran.
De Jackson do Pandeiro,nem Cremilda;
de Michael Jackson,nem a Billie Jean;
de Jimi Hendrix,nem a doce Angel;
nem Ângela nem Lígia,de Jobim;
nem Lia,Lily Braun nem Beatriz,
das doze deusas de Edu e Chico;
até das trinta Leilas de Donato
e da Layla,de Clapton,eu abdico.
Só você,
canto e toco só você;
só você,
que nem você ninguém mais pode haver.
Nem a namoradinha de um amigo
e nem a amada amante de Roberto;
e nem Michelle-me-belle,do beattle Paul,
nem Isabel - Bebel - de João Gilberto;
nem B.B.,la femme de Serge Gainsbourg,
nem,de Totó,na malafemmená,
nem a Iaiá de Zeca Pagodinho,
nem a mulata mulatinha de Lalá;
e nem a carioca de Vinícius
e nem a tropicana de Alceu
e nem a escurinha de Geraldo
e nem a pastorinha de Noel
e nem a namorada de Carlinhos
e nem a superstar do Tremendão
e nem a malaguenha de Lecuona
e nem a popozuda do Tigrão.
Só você,
hoje elejo e elogio só você;
só você,
que nem você não há nem quem nem quê.
De Haroldo Lobo com Wilson Batista,
de Mário Lago e Ataulfo Alves,
não canto nem Emília nem Amélia,
nenhuma tem meus ''vivas'' e meus ''salves''!
E nem Angie,do stone Mick Jagger;
e nem Roxanne, de Sting, do Police;
e nem a mina do mamona Dinho
e nem as mina ? pá! - do mano Xiz!
Loira de Hervê,Loira do É O Tchan,
Lôra de Gabriel,o Pensador;
Laura de Mercer,Laura de Braguinha,
Laura de Daniel,o trovador;
Ana do Rei e Ana de Djavan,
Ana do outro Rei,o do Baião;
nenhuma delas hoje cantarei,
só outra reina no meu coração:
Só você,
rainha aqui é só você;
só você,
a musa dentre as musas de A a Z.
Se um dia me surgisse uma moça
dessas que,com seus dotes e seus dons,
inspira parte dos compositores
na arte das palavras e dos sons,
tal como Madallene,de Jacques Brel
ou como Madalena,de Martinho
ou Mabellene e a sixteen de Chuck Berry
ou a manequim do tímido Paulinho
ou como,de Caymmi,a moça prosa
e a musa inspiradora Doralice;
se me surgisse uma moça dessas,
confesso que eu talvez não resistisse;
mas,veja bem,meu bem,minha querida,
isso seria só por uma vez.
Uma vez só em toda a minha vida,
ou talvez duas,mas não mais que três!
Só você,
mais que tudo é só você;
só você,
as coisas mais queridas você é:
Você pra mim é o sol da minha noite,
é como a rosa luz de Pixinguinha;
é como a estrela pura aparecida,
a estrela a refulgir do Poetinha;
você,ó floré como a nuvem calma
no céu da alma de Luiz Vieira;
você é como a luz do sol da vida
de Stevie Wonder,ó minha parceira.
Você é pra mim o meu amor
crescendo como mato em campos vastos;
mais que a Gatinha pra Erasmo Carlos,
mais que a cigana pra Ronaldo Bastos,
mais que a divina dama pra Cartola,
que a domna pra Ventadorn,Bernart;
que a Honey Baby para Waly Salomão
e a Funny Valentine para Lorenz Hart!
(2x)Só você,
mais que tudo e todas,é só você;
só você
que é todas elas juntas num só ser!
Fonte da Saudade
(Kleiton e Kledir) com Kleiton e Kledir
Esse quarto é bem pequeno
Prá te suportar
Muito amor, muito veneno
Prá pouco lugar
O teu corpo é uma serpente
A me provocar
E teu beijo, a aguardente
A me embriagar...
Essa boca muito louca
Pode me matar
Se isso é coisa do demônio
Eu quero pecar
Fecha a luz, apaga a porta
Vem me carinhar
Diz aí prá minha tia
Que eu fui viajar...
Diz que fui
Prá Nova Iorque
Ou prá Bagdá
E que isso não é hora
De telefonar
Eu já sei que qualquer dia
Tudo vai dançar
Mas a fonte da saudade
Nem o tempo vai secar...
Essa boca muito louca
Pode me matar
Se isso é coisa do demônio
Eu quero pecar
Fecha a luz, apaga a porta
Vem me carinhar
Diz aí prá minha tia
Que eu fui viajar...
Diz que fui
Prá Nova Iorque
Ou prá Bagdá
E que isso não é hora
De telefonar
Eu já sei que qualquer dia
Tudo vai dançar
Mas a fonte da saudade
Nem o tempo vai secar...
Macaréu
(Paulo André Barata e Paulo César Pinheiro) com Sérgio Ricardo
No macaréu vai quem quer
Meu timoneiro de fé
Lambeu de novo a maré
Ronco-puco-ronco-puco-ronco
Arrepara é tanto tronco
Bubuiando no estirão, no estirão, no estirão
Paranatinga, meu mano,
O nosso rio, esse ano,
Despencou no varjão
Onda quebrou, onda bateu, onda
Derrubou toda maromba
Engoliu a plantação
Senhora das águas
Das icamiabas
Do rio amazonas
Oh! vem, minha mãe, vem me valer!
Deixa a palafita aqui de pé
Vem me proteger do macaréu que ronca no igarapé
Vem, lara, vem
Ouvir em santarém
O canto do pajé
domingo, 5 de junho de 2011
Meu Amor Meu Bem Me Ame
(Zeca Baleiro) - com Zeca Baleiro
Meu Amor, Meu Bem, Me Ame
Não vá prá Miami
Meu amor, meu bem me queira
Tô solto na buraqueira
Tô num buraco
Fraco como galinha d'angola...
Meu amor, meu amor manda
Não vá prá Luanda
Não vá prá Aruba
Se eu descer
Você suba aqui no meu pescoço
Faça dele seu almoço
Roa o osso e deixe a carne...
Meu amor, meu bem
Repare no meu cabelo
No meu terno engomado
No meu sapato
Eu sou um dragão de pêlo
Eu cuspo fogo
Não me esconda o jogo
Ou berro no ato...
Meu amor, meu bem me leve
De ultraleve
De avião, de caminhão
De zepelim...(2x)
Meu amor, meu bem, sacie, mate
Minha fome de vampiro
Senão eu piro
Viro Hare-Krishna
Hare Hare Hare
Não me desampare
Ou eu desespero...
Meu amor, meu bem me espere
Até que o motor pare
Até que marte nos separe...(2x)
Meu amor ele é demais
Nunca de menos
Ele não precisa
De camisa-de-vênus
Ouça o que eu vou dizer
Meu bem me ouça
O que ele precisa
É de uma camisa-de-força...(2x)
Meu amor, meu bem, sacie, mate
Minha fome de vampiro
Senão eu piro
Viro Hare-Krishna
Krishna Hare Hare!
Krishna Hare Hare!
Não me desampare
Ou desespero...
Meu amor, meu bem me espere
Até que o motor pare
Até que marte nos separe...(2x)
Meu amor ele é demais
Nunca de menos
Ele não precisa
De camisa-de-vênus
Ouça o que eu vou dizer
Meu bem me ouça
O que ele precisa
É de uma camisa-de-força...(3x)
Você é a minha cura
Se é que alguém tem cura
Você quer que eu
Cometa uma loucura
Se você me quer!
Cometa!...
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Sabes Mentir
(Othon Russo) com Djavan
Sabes mentir
Hoje eu sei que tu sabes sentir
Um falso amor
Abrigaste em meu coração
Sempre a iludir
Tu falavas com tanto ardor
Dessa paixão
Que dizias sentir
Mas tudo agora acabou
Para mim terminou a ilusão
Hoje esse amor já findou
E afinal para que amar
Sempre a iludir
Tu beijavas com afeição
Sempre a fingir
Uma falsa emoção
Sabes mentir
Hoje eu sei que tu sabes sentir
Um falso amor
Abrigaste em meu coração
Sempre a iludir
Tu falavas com tanto ardor
Dessa paixão
Que dizias sentir
Mas tudo agora acabou
Para mim terminou a ilusão
Hoje esse amor já findou
E afinal para que amar
Sempre a iludir
Tu beijavas com afeição
Sempre a fingir
Uma falsa emoção
Ai
(Tata Fernandes / Kléber Albuquerque) - com Rubi
Deu meu coração de ficar dolorido
Arrasado num profundo pranto
Deu meu coração de falar esperanto
Na esperança de se compreendido
Deu meu coração equivocado
Deu de desbotar o colorido
Deu de sentir-se apagado
Desiluminado
Desacontecido
Deu meu coração de ficar abatido
De bater sem sentido
Meu coração surrado
Deu de arrancar o curativo
Deu de cutucar o machucado
Deu de inventar palavra
Pra curar de significado
O escuro aço denso do silêncio
De um coração trespassado
"Eu te amo - disse.
E o mundo despencou-lhe nas costas. Não havia de sofrer tanto.
O mundo pesa sobre o amor. Leveza dá pena no espaço.
E se teu amor por mais pedra não voar: liberta tuas costas do peso que não carregas.
E se teu amor por mais pena não mergulhar: vai te banhar e olha-te no olhar que não te cega.
Se teu amor te pesa mais que o mundo que carregas: degela-o e deixa-o beber os deltas."
Deu meu coração de ficar abatido
De bater sem sentido
Meu coração surrado
Deu de arrancar o curativo
Deu de cutucar o machucado
Deu de inventar palavra
Pra curar de significado
O escuro aço denso do silêncio
No coração trespassado
Ai
Ai ai
Ai
Do Brasil
(Vander Lee) com Vander Lee
Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz e feijão
Quem tem a comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça
Clemente que leva a semente em seu embornal
Zezé e o penoso balé de pisar no cacau
Maria que amanhece o dia lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega a esperança
em seu caminhão pra capital
Lembrar do Brasil sem pensar no sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar um tiro no escuro
Errar no futuro da nossa nação
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Quem tem a comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça
Tião que conduz a boiada do pasto ao grotão
Quitéria que colhe miséria
quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
o valor do pregão
Zé Coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé Coco, viola, rabeca, folia e canção
Amar o Brasil é fazer do sertão a capital
Itamarandiba
(Milton Nascimento E Fernando Brant) com Milton Nascimento
No meio do meu caminho
Sempre haverá uma pedra
Plantarei a minha casa
Numa cidade de pedra
Itamarandiba, pedra comida
Pedra miúda rolando sem vida
Como é miúda e quase sem brilho
A vida do povo que mora no vale
No caminho dessa cidade
Passarás por Turmalina
Sonharás com Pedra Azul
Viverás em Diamantina
No caminho dessa cidade
As mulheres são morenas
Os homens serão felizes
Como se fossem meninos
Na Ribeira Desse Rio
(Dori Caymmi sobre poema de Fernando Pessoa) com Renato Braz
Na ribeira desse rio
Ou na ribeira daquele
Passam meus dias a fio
Nada me impede, me impele,
Me dá calor ou dá frio
Vou vendo o que o rio faz
Quando o rio não faz nada
Vejo os rastros que ele traz
Numa seqüência arrastada
Do que ficou para trás
Vou vendo e vou meditando
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando
Vou na ribeira do rio
Que está aqui ou ali
E do seu curso me fio
Porque se o vi ou não vi
Ele passa e eu confio
Ele passa e eu confio
Ele passa e eu confio
Se Meu Jardim Der Flor
(Tadeu Franco) com Tadeu Franco
Se meu jardim der flor
Colore minha saudade
No meio dessa cidade
Que a manhã clareou
Virá um beija-flor
Aqui, ali sem pousar
E vai entrar nos meus olhos
Só pra te encontrar
Dê asas ao amor
Que vive dentro de todo bom coração
Pro mundo ser mais bonito
Em cada palmo de chão.
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